Na UFRJ


Na UFRJ, vivemos sem dúvida uma greve fortíssima.

Pelos informes que nos chegam, o CFCH (Centro de Filosofia e Ciências Humanas) e o CCJE (Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas) estão quase que inteiramente parados. A adesão no CLA (Centro de Letras e Artes) também é bem grande. No CCS (Centro de Ciências da Saúde), vários cursos aderiram à greve, como Fisioterapia e Biologia, por exemplo. Outros ainda não o fizeram, como é o caso da Medicina. No CCMN (Centro de Ciências da Matemática e da Natureza), a coisa está bem dividida, com cursos bastante parados e outros funcionando. No CT (Centro de Tecnologia), a adesão ainda é baixa, mas tem avançado. Na última semana, soubemos que uma das pós-graduações da COPPE, a CTE, decidiu pela adesão ao movimento grevista. Em Xerém e Macaé, a adesão é total.

Isto não se dá por acaso. Mesmo em cursos que há muito tempo não participavam de uma greve, como por exemplo a Economia, a adesão ao movimento é forte. Até mesmo alguns cursos de pós-graduação têm paralisado suas atividades em unidades como o Serviço Social, a Faculdade de Arquitetura, o Instituto de Economia, a Faculdade de Educação, a COPPE (!!!!!!) e diversas outras. Entendemos que essa adesão à greve reflete a situação de precariedade da universidade, que cada vez mais se faz sentir por todos.

No último dia 06 de junho, o CEG (Conselho de Ensino de Graduação) suspendeu o calendário acadêmico até então vigente, por meio da seguinte resolução:

“O Conselho de Ensino de Graduação – CEG – reunido em sessão ordinária, em 6/6/2012, resolve:


Art.1º Suspender datas para os atos acadêmicos referentes ao ensino de graduação definidos na Resolução CEG nº 6/2011, de 23/11/2011.


Art. 2º As situações excepcionais e/ou individuais deverão ser analisadas, caso a caso, no âmbito de cada unidade acadêmica, cabendo recurso ao CEG.


Art. 3º As novas datas serão definidas posteriormente pelo CEG.”
O que isso significa na prática? Mais uma garantia para os estudantes que desejarem aderir à greve de que eles poderão fazê-lo com tranqüilidade, sem serem prejudicados por nenhum professor.  Isto se fez necessário porque lamentavelmente muitos professores em nossa universidade, nas mais diversas unidades, têm tido uma postura intimidatória em relação a estudantes grevistas, ameaçando reprová-los por falta, não dar segunda chamada de provas, etc. Além de furar a greve de sua própria categoria, esses professores têm tentado impedir que seus estudantes exerçam o seu direito a greve. Agora, esses docentes estão desautorizados pelo CEG, uma das principais instâncias decisórias da universidade.

Se você estiver vivendo alguma situação de intimidação por parte de algum professor por querer exercer seu direito à greve, recomendamos que mande um e-mail para greveestudantilufrj@gmail.com relatando seu caso. No comando local de greve da UFRJ, temos uma comissão de ética formada por professores e estudantes preparada para intervir em casos como esse.

Com a resolução do CEG, todos os estudantes grevistas terão direito a reposição de aulas no pós-greve, abono de faltas e garantia de poder fazer as eventualmente necessárias segundas chamadas de avaliações. Isto vale para a universidade inteira, independentemente da boa ou má vontade do professor x ou y.


Estamos trabalhando para que a greve cresça ainda mais, posto que para os estudantes a meia-greve é a pior situação possível: com metade dos professores parados e metade dando aulas, não se tem férias em momento algum. Por isso, queremos uma greve por inteiro, forte e unificada agora para que rapidamente possamos obter vitórias e retomar a normalidade da vida acadêmica – numa universidade bem melhor, assim esperamos.

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